sexta-feira

Em seu jardim

passareie cânticos que me levem a reboque
provoque como quem nada quer
Sempre-viva
não me deixe em paz

teça o fio que me chama ao toque
cheire avelude e me beije mais
não se canse de mim

semeie regue pode 
e me colha como quiser
mas não me troque
não me arranque do seu jardim

Túlio

você fala - me ouço
você pensa – me reflito

ando seu ritmo
tropeça meu gesto
íntimo último

se me aparenta até mesmo nas tiradas mais infames que habito

espinha nariz reclames
cabelos olhos mansidão
e como filho sai ao avô... tomara que a larga calva não

me alegro me comovo
com você
meu filho
irmão gêmeo mais novo

Dance no vinho meu bem




dance e eu vou mais além
sonhar em mudar
o mundo e
me por aos seus pés

dance comigo meu bem

depois do fim se revele
antes do fim
tapeie a mim
a bailar sorrir no salão
dance comigo então



suplico bem alto amor
passos de semitons
me alcance
voe mil vinhas ao ventre
só mais... nenhum mais...
só valsa envolta em romance

ouça o que digo e dance
vem
dance no vinho meu bem




Palavra por palavra

quero tirar você da lua
esquecer sua música
deixar de sentir frio
de beijá-la no vinho

mas nunca poderei despossessar-me
jamais - diz o destino

e parto assombrado
desejando traspassar seu corpo
- como um arrepio -
e diante do último olhar
- sem saudades -
palavra por palavra
esgotar você de mim