quinta-feira

Na videira



sou sobrevôo
cachoeira a silente remanso
          para ver-te refrescante
hortelã e maçã verde
fragrância sensual

passeias por videiras
e poesias dobram montanhas
             assanhas vestes pelos
vertes descanso
  
rimo teu nome
             que é presente vidente
verso vivente
corpo consoante em alma vogal

sou o que sôo
brisa a torrente vendaval
        para ver-te lancinante
azedo a amargo a picante

vertigem verbal

  

segunda-feira

No canto do olhar




a vida quer entrar
e tu te recuas reto a alma ao breu
contrais em ato contínuo

lágrima em concreção

carne branca quase nua
esfregas tuas rugas  
tuas pregas
à exaustão

condenação a resto

face sem direito a rosto
um rio de águas repetidas no olhar