o indivisível tempo
encara o punhal
Becte sente saudade e diz nos olhos
fazendo de mim âncora gutural
a lembrança é presente
o desejo é futuro
- o ontem pode ser ainda?
agora freme no gozo peristáltico
com ressonância intestinal
(não se tem prazer na lira do passado
que só não há porque se fez presente
quando
cuja vocação
era ser efêmero orfeu)
nos lábios
o amor presentifica o primeiro beijo
no afiado metal
o sangue é só o meu
Um comentário:
no afiado fio do metal, poeta e sangue se misturam.
beijão
r.
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